Me faço essa pergunta todos os dias ao assistir na mídia a morte de mulheres somente por serem mulher. Infelizmente, nos acostumamos há anos aos casos de violência contra as mulheres por familiares, estranhos e companheiros e ex-companheiros. E o que leva os homens a essa certeza de pertencimento, ou seja, de que as mulheres integram suas posses?
O dito “morre por ser mulher” provoca uma infinidade de questionamentos:
1-impunidade? (boa parte desses assassinos está foragida. Os que foram presos já estão com o pé na rua);2-patriarcado? 3-cultura machista extremamente difundida na América Latina?
Os dados da violência contra as mulheres chegando ao extremismo que é o feminicídio, um crime hediondo, ( Lei 13/04/2015), que define o homicídio de mulheres por razões de gênero, é um gravíssimo problema no Brasil.
Dados divulgados pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública apontaram que de 2015 a 2024 foram cometidos 11.650 casos de feminicídio e 29.659 homicídios dolosos e lesões corporais que, em muitos casos, resultaram em morte, em todo o país. Só em 2024 foram1.450 feminicídios no Brasil.
O Espírito Santo que sempre esteve entre os primeiros estados do país em violência contra mulheres, agora está sendo considerado pelo governo estadual dentro da média nacional. Em 2025, até o mês de março, foram 8 casos de morte de mulheres “somente por serem mulheres”. Foi um aumento ( considerado estável em relação ao ano passado, pelo governo estadual). De 2022 a 2023 somaram-se 35 mulheres vitimadas.
A violência contra a mulher é extremamente preocupante, pois junto ao feminicídio temos os espancamentos ( violência física), violência psicológica e violência sexual. O que fazer para acabar com essa barbárie? Após a Lei Maria da Penha e a Lei do Feminicídio as denúncias cresceram mais 66% no país. Mas o retorno da Segurança Pública tem protegido às mulheres brasileiras seguindo o mesmo tamanho das denúncias? Violência contra a mulher se combate com políticas públicas com prevenção, proteção e repressão ao crime.
Suzana Tatagiba
Jornalista